O popular, as tendências e o cool
- Andersonn Prestes
- 14 de jul. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jul. de 2020

Meu pescoço anda doendo, faz três dias. Fico até um pouco irritado. Ainda não fui na loja de pescoços. Será que algum dia vamos chegar nesse ponto?
– Senhor, por favor, meu dedo mindinho está na garantia...
– Desculpe, mas só temos indicadores.
Mas enfim, talvez até preferisse ficar com meu pescoço atual, sou um pouco tradicional às vezes. Apesar de acreditar ter a mente aberta para o novo, sem desprezar o antigo e toda sua história.
Eu vi um pequeno vídeo sobre o que faria algo ser legal (cool no inglês). Legal no sentido de novo, atraente, moderno... A teoria trazida no vídeo é de que para alguma coisa ser cool, seja o que for, ela deve ser algo novo e velho ao mesmo tempo. Deve haver inovação, supresa, e, talvez mais importante para o sucesso e popularidade, soar familiar. Não pode ser novo demais, não pode ser velho demais. Tem que ter um balanço. Há inclusive um exemplo bem legal sobre o design dos trens. Alguma coisa muito ousada não seria facilmente aceita depois dos primeiros designs de trens. Gradualmente eles foram ficando mais arredondados e diferentes, dando um aspecto atraente e de velocidade.
Trens modernos são cool, pelo menos eu acho.
É interessante. Padrões estéticos que parecem universais chamam atenção. Às vezes parece que algo bem humano define nossos gostos, que também são moldados pela cultura.
De todo modo, tenho alguns pensamentos sobre tudo isso. Nunca fui um cara muito das tendências e do popular. E não sei exatamente se cool seria necessariamente popular e vice-versa. Provavelmente não. Alguns diriam até que geralmente não.
E o popular? Eu não me atrevo a dizer que não gosto de música pop, por exemplo, porque gosto. Mas está longe de ser o que realmente me toca. De qualquer maneira, reconheço que toca muita gente e não sou nenhum (e nem pretendo ser) juiz estético afirmando o que deveria ser bom ou ruim para a necessidade de cada um. “Hello” de Adele foi um cataclisma quando lançada. Eu fiquei surpreso com tamanho sucesso do single no YouTube. Alguém previu tudo aquilo? Sei lá. Acho que não. Eu gosto da Adele, acho uma cantora genuinamente talentosa.
Enfim, com certeza a exposição influencia muito no que seria ou será popular. Diria sem hesitar que é determinante. Mas às vezes é apenas estranho – ou pelo menos aparenta.
Vez que outra aparece alguma coisa que muda a rota, traz o diferente para o centro das atenções e expõe uma nova tendência. Nesse dia mundial do rock posso lembrar do Nirvana que explodiu no início dos anos 90. Nunca li nada muito a fundo sobre toda a contextualização do acontecido, mas acredito que historiadores devam ter estudado e pontuado alguns motivos desse sucesso repentino e avassalador do álbum "Nevermind". Talvez a massa jovem tenha se revoltado com o que rodeava e precisava de guitarras distorcidas pela manhã. Foi um boom que contagiou o mundo inteiro. Eu escutei muito grunge quando era adolescente.
Pois é, a música vai se desdobrando, caminhando com o tempo, com suas escalas e sequências. O novo, o velho, o popular, o cool: todas essas coisas vão evoluindo e moldando nossos gostos e cultura.
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