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Foto do escritorAndersonn Prestes

Tecnologia e a cultura da plenitude



Vejo-me aqui. Quero escrever, mas não tenho lido nada tão interessante esses dias recentes. Mas tem algumas coisas sensacionais acontecendo. Parece que fizeram um rato de laboratório fértil a partir de uma célula. Agora quem quiser ter um é só pedir: pega uma pele ali, segue a receita aqui e tem um ratinho. Mas eu não li. Quem quiser é só clicar.

Estou um pouco cansado do super futuro, da ciência e das imensas possibilidades. (Talvez possa ter um reality show de quem produz o melhor ratinho em menos tempo – não sei o que seria o “melhor” ratinho, mas daí já iríamos para outra discussão). Li um pouco sobre inteligência artificial, deep learning e outras coisas que os computadores conseguem fazer. Nesse aqui ele conclui que o Donald Trump esteve um pouco bravo e bastante triste ao longo dos debates com Hillary Clinton na corrida presidencial dos EUA. O computador tem uma grande quantidade de dados com fotos de pessoas que expressaram algum sentimento escrito como legenda. Então, com análises quantitativas e comparativas, estruturas e padrões são gerados. Assim, a partir desse “aprendizado profundo” com a imensa base de dados, o software tenta inferir com significância estatística o que a pessoa está sentido pelas expressões faciais. Tudo legal e super cool.

Vi algumas palestras de uns futuristas também falando em “singularity” e nas máquinas com consciência super inteligentes. Alguns dizendo que deveríamos ter medo do que pode acontecer. Às vezes acho tudo muito sensacionalista e com muita conjectura. Muito futuro e pouco presente. No “De volta para o futuro 2” , em 2015, os carros voavam. Os nossos ainda queimam. Eu sei que são tempos excitantes. Tenho convicção disso. Que a tecnologia está mudando desde nossas interações até a economia. Mas vamos com calma.

Enfim, no meu futuro, provavelmente distante, vejo espaço para um mundo virtuoso, abundante e rico. Mas ainda está longe, penso eu. Creio que junto com a tecnologia deveríamos resgatar uma cultura de meta-análise dos avanços que estamos fazendo. Se a tecnologia vai melhorar a nossa vida, vamos estudar também o que seria melhorar a nossa vida. Arte, literatura, contemplação e tecnologia. Natureza, recursos, diversidade, igualdade e tecnologia. Se formos virtuosos o bastante, os robôs também serão, e não vejo espaço para uma rebelião cibernética em uma cultura de harmonia e plenitude.

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